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Dr. Leonardo Stumm

Espondilólise e Espondilolistese

O termo “espondilolistese” vem do grego “espôndilo” que significa vértebra adjacente e “olistesis” que significa escorregamento, ou seja, escorregamento de vértebra adjacente. Já o termo “espondilólise” refere-se apenas a um defeito na vértebra sem escorregamento. Este defeito pode ocorrer em diversas partes da vértebra, principalmente nos elementos posteriores. Pode ser uma lesão óssea propriamente dita como uma fratura da pars articulares ou dos pedículos, ou pode ser uma alteração da conformação da vértebra como por exemplo uma deformidades das facetas articulares que permite o escorregamento de uma vértebra sobre a outra. 

A prevalência do defeito na pars interaticulares ocorre em 5% da população geral

Segmento vertebral apresentando espondilolistese (escorregamento) entre a quarta e quinta vértebras da coluna lombar.

Causas

A causa da espondilolistese depende de qual tipo estamos analisando – existem cinco: tipo displásico, ístimico, degenerativo, traumático e patológico.

Um dos mecanismos causadores da espondilolistese é o chamado traumático, comum nas espondilolisteses do tipo ístmico. Quando a coluna lombar estende, pode ocorrer impacto nas estruturas posteriores da coluna. Impactos repetitivos podem causar fratura por stress na vértebra caudal. Atividades como ginástica, vôlei, ou doenças como Cifose de Scheurmann que levam a uma hiperextensão da coluna lombar tem uma prevalência aumentada de espondilolistese. Outra justificativa para esta lesão seria que a pars suporta menos tensão do que compressão. 

Outro mecanismo no caso da espondilolistese displásica, seria a própria malformação congênita que ocorre principalmente nos elementos posteriores das vértebras.

No caso da espondilolistese do tipo degenerativo a causa depende de fatores como degeneração discal, frouxidão ligamentar, artrose facetária, orientação facetária, grau de lordose lombar, fatores hormonais.

Diagnóstico

É importante citar que a espondilolistese é causa comum de dor lombar em crianças e adolescentes. Estes podem relatar dor nas costas, ocasionalmente irradiando para as pernas, com sintomas agravando aos esforços, principalmente dobrar as costas “para trás” (extensão da coluna).

Em adultos, principalmente no tipo degenerativo, podem ocorrer os sintomas acima, associados à chamada claudicação neurogênica – condição onde o paciente relata que, ao caminhar, sente dor e queimação nas pernas, necessitando parar e repousar para alívio dos sintomas.

Geralmente exames de radiografia simples da coluna, com incidências específicas (hipertextensão/hiperflexão) ou tomografia da coluna demonstram bem a lesão.

Tratamento

O tratamento da espondilolistese depende de diversos fatores, como foi avaliado anteriormente: tipo da espondilolistese, grau de escorregamento, idade do paciente, parâmetros de imagem que indiquem um risco maior ou menor de progressão, ou que indiquem se o quadro é agudo ou crônico.

No caso da espondilólise ou espondilolistese de baixo grau na criança, é iniciado tratamento conservador com a retirada das atividades esportivas, drogas antiinflamatórias combinadas com um programa de exercícios focado na diminuição da lordose lombar e diminuição da contratura da musculatura posterior da coxa. Após a melhora dos sintomas o paciente deve ter seguimento anual até a maturidade, pois pode haver o risco de progressão com a adolescência.. A chave do tratamento é a diminuição da lordose. Caso não haja melhora em 3 meses ou houver progressão do escorregamento fica indicado tratamento cirúrgico.

Mais de 80 % das crianças tratadas de maneira conservadora tem resolução dos sintomas. A taxa estimada para consolidação dos defeitos varia na literatura. Pode se dizer que aproximadamente 75% das lesões agudas cicatrizam, sendo que 100% das lesões unilaterais e 50 % das lesões bilaterais cicatrizam. As lesões crônicas não iram cicatrizar, porém a união fibrosa parece deixar estes paciente assintomáticos.

No caso da espondilolistese do adulto, independente do grau, o tratamento inicial deve ser fisioterápico, com base na diminuição da contratura da musculatura posterior da coxa, diminuição da lordose lombar e exercícios de fortalecimento do tronco.

Quanto ao tratamento cirúrgico existem opções de síntese e de fusão (artrodese) com ou sem descompressão associada.

A descompressão em geral esta indicada quando o paciente começa ter alterações neurológicas, estas podem ser devido a compressão das raízes da cauda eqüina pelos elementos posteriores, o que acontece precocemente no caso das espondilolisteses displásicas e somente em casos avançados no caso das outras espondilolisteses.

A descompressão deve ser ampla e bilateral com remoção de toda lâmina. Em geral quando é realizada uma descompressão devido a sua característica instabilizante é necessária a fusão.

No caso das espondilolisteses o instrumental aumenta a taxa de fusão melhorando os resultados clínicos.

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